Conto de amor (parte II)

Naquela noite Maria não conseguiu pregar os olhos.
Há muito não sentia aquela sensação tão maravilhosa. Só que a falta de notícias de João, além de quase fazê-la enlouquecer de saudade, à deixava em pânico!
O que ele estaria pensando?
Estaria pensando nela?
Teria pensado nela antes de dormir?
Teria sonhado com ela?
Teria ao menos se lembrado dela?
Essas dúvidas iriam atormentá-la ainda durante algum tempo!
Maria passara dias angustiantes! Dúvida e saudade definitivamente não são boas conselheiras.
Maria tentava se colocar no lugar de João e adivinhar o que ele estava pensando, mas não conseguia. Tudo o que ela pensava era no amor que sentia por ele e a enorme vontade de estar perto. Uma vontade incessante, consumidora! Uma vontade louca de bater na porta dele e dizer o quanto o amava e queria faze-lo feliz! Vontade de sair gritando que ele à faz feliz.
Mas Maria não podia fazer isso, ou melhor, não devia.
Não sabia o que se passava na cabeça de João, como então confessar o seu amor?
E os dias se passaram, e a saudade aumantava...
Um dia, Maria, se deu conta enquanto pensava em João (o que acontecia mais ou menos 25h por dia) que no dia seguinte faria um ano desde a primeira vez em que seus lábios encontraram-se com os dele. Um ano... isso são 365 dias, que são 8.760 horas, que são 525.600 minutos... NOSSA!!! Muito tempo! Muita saudade!
Já que Maria não tinha notícias de João, resolveu sair pra esparecer, tentar não pensar nele, o que óbviamente não conseguiria, mas o que vale é tentar.
Mesmo em meio as gargalhadas, Maria se sentia triste, em outra dimensão, totalmente deslocada da conversa.
De repente um brilho magnífico se instalou nos olhos de Maria e um sorriso que exalava felicidade surgiu em seu rosto num piscar de olhos.
João acabara de chegar.
Maria sentiu o chão lhe faltar e o coração disparar, toda vez que o via era assim que se sentia.
Mas Maria sentiu-se insegura e esse mal-estar só passou quando eles sairam para conversar.
Então Maria sentiu-se novamente em paz!
Percebera o tanto que lhe faz bem estar com ele e desejava viver aquilo pra sempre.
Apenas a sensação do corpo de João aproximando-se do seu, a deixava lépida.
Então um beijo. E outros mais...
Maria sentiu-se feliz, podia notar que João também!
Então o relógio marcava meia-noite.
A chuva caiu na hora exata de abençoar, o beijo que selava o primeiro ano que acabara de se completar.