quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

real [volume único]

Ana estava na sala de embarque esperando seu vôo, rezando pra tudo aquilo acabar logo. Ir morar com o pai em outra cidade poderia não fazê-la esquecer Miguel, mas pelo menos ela não o encararia novamente, pensava ela.
Assim que ouviu a chamada para o seu vôo e se dirigia ao portão de embarque, ela ouviu um grito, que não deu muita importância, sua cabeça estava cheia de pensamentos e seus olhos cheios de lágrimas demais para prestar atenção nas coisas que aconteciam ao seu redor. Foi quando alguém segurou seu braço com força, e quando ela virou-se assustada, viu a última pessoa que esperava (e queria) ver.
- Miguel! O que você esta fazendo aqui?
- Ana...
- Vai embora, eu não quero te ver... alias, não quero que você me veja assim, não quero... vai embora!
- Não vou a lugar nenhum, e nem você!
- Por quê? Não foi o suficiente ler a carta? Quer que eu diga também? Porque você tá fazendo isso? Por quê? Se eu disser você vai embora? Se eu gritar aqui você me deixa ir? – dizia Ana num choro desesperado.
- Não, eu não quero que você diga nada, quero que você apenas escute.
- Escutar o que? Que você tem pena de mim? Que você sente muito não sentir o que eu sinto?
- Escute! – disse Miguel, com os olhos marejados, esconstando o dedo na boca de Ana.
Miguel se afastou lentamente de Ana, que se se encostou a uma parede, ao lado da fila de passageiros.
- Pessoal! – gritou Miguel, e imediatamente todos olharam assustados em sua direção. – Vêem aquela menina bonita? Ela é MINHA menina bonita, mas se não fosse sua coragem, seu amor, eu jamais saberia disso, e a deixaria ir embora sem ao menos dizer que sempre a amei. Fui tão covarde, que preferi esconder, preferi provocar, preferi omitir a me declarar, e essa menina, ela é o amor da minha vida, sempre foi, só que eu tinha medo de contar isso a ela, medo que ela não sentisse o mesmo por mim. Meu medo quase me fez perder ela de vez. É por isso que estou aqui, gritando e chorando feito um louco na frente de vocês, porque hoje é meu dia de não ser mais covarde, hoje é meu dia de ter coragem e vir aqui dizer pra que quiser ouvir: Ana, eu te amo, eu sempre te amei!
Ana ficou mais atordoada quando viu e ouviu tudo aquilo, e mais atordoada ainda com os gritos e aplausos daquela platéia improvisada. Miguel aproximou-se e os dois se abraçaram forte, tentando inutilmente conter as lágrimas.
- Ana, me perdoa? Por favor... fica?
- Até quando?
- Pra sempre!
Ana sorriu, um sorriso jamais visto, um sorriso que continha a felicidade do mundo inteiro, um sorriso que pedia um beijo, e foi o que Miguel fez. Beijou-a apaixonadamente, pegou-a no colo, e os dois foram embora, em meio a aplausos, gritos e lágrimas da platéia.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

platônico [3]

Menino bonito, não sei te dizer o tamanho da dor que senti ao saber que passas o mesmo que eu.
Minha permanência ao teu redor dependia de tua resposta. Como não tenho nada a perder, já que teu coração não possuo, irei embora, mas antes direi quem sou.
Sou aquela que tu julgas sua melhor amiga. Que ouve teus segredos, planos e sentimentos, embora nunca fale muito de sentimentos, eu sempre quis saber por quê.
Aquela que, pela sua família, é considerada parte dela. Aquela que para atravessar o labirinto até seu coração, pegou o atalho as amizade, se perdeu e nunca mais achou saída. Aquela que se arrepende amargamente de ter pego esse caminho.
Aquela que preferia simplesmente não te ter, a ter-te por perto sem te ter de verdade.
Aquela que destina a ti pensamentos e suspiros, risos e lágrimas, poesias e palavras.
Aquela que não foi escolhida pelo destino para ser a merecedora do seu amor.
Aquela que vai embora mesmo te amando e levará na bagagem todas as lembranças de momentos imaginados e sonhos ao seu lado não realizados.
Menino bonito, já sabe quem sou, que te amo e que não mais me verás.
Com todo amor e saudade do mundo no peito, seguirei meu rumo sem seu sorriso.
Adeus, Ana.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

platônico [2]

Menina bonita... pensei muito antes de escrever-lhe também. Confesso que fiquei surpreso, porem, também fiquei perturbado, pois, não sei se feliz ou infelizmente, passo a mesma situação que você passa.
Existe outra menina bonita na minha vida, ou melhor, no meu coração. Tal menina sabe que existo, mas não percebe que eu só existo graças ao amor que sinto à muito por ela.
Quando ela passa, posso sentir seu doce cheiro, e meu dia sem teu sorriso é como um dia nublado.
Às vezes paro pra pensar e acho incrível que ela não tenha percebido, pois, só de vê-la fico com cara de bobo. Quando ouço sua voz fico sem ar.
Já fiz de tudo para esquecer, pois, maior que meu medo de perde-la, é minha falta de coragem para me declarar.
Sinto inveja de você menina bonita, tens a coragem que eu anseio.
Tenho medo de levar um não e ter que me afastar dela, ou ter que vê-la com outro. Prefiro ficar anônimo, mas tê-la por perto.
Ela nunca deu o menor sinal de que sente algo por mim, e, uma vez, no auge de minha obsessão pra despertar sua intenção, beijei outra em sua frente, mas ela foi indiferente.
Sendo assim, como me declarar?
Decidi permanecer quieto, ate conseguir esquecê-la, ou até que os céus ouçam minhas preces e ela se apaixone por mim.
Obrigada Menina bonita, por sentir algo tão lindo por mim, e desculpe, mas meu coração é de outra menina.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

platônico

Menino bonito,venho por meio dessa carta dizer-te algumas coisas, já que tão grande é meu sentimento e covardia. Não tive a coragem de olhar-lhe os olhos e dizer o que sinto, pois, quando estou perto de você minhas pernas tremem tanto quanto meus lábios ao pronunciar qualquer palavra em sua direção.
Menino bonito, creio que nunca passou por sua imaginação mais louca que posso sentir tudo isso, mas é que pra ficar perto de ti, aprendi a disfarçar o quanto sua presença me perturba e altera, o quanto meu coração pulsa e dilacera.
Menino bonito, foi no teu sorriso que encontrei abrigo, e no teu abraço ingênuo que encontrei refúgio, nas tuas palavras um apoio e na tua ausencia um castigo. Fiz dos meus sonhos tua morada, do teu coração minha corrida e dos teus beijos minha chegada.
Menino bonito... disfarço tanto para que não perceba, para que não possa sequer desconfiar, de que suspiro com sua chegada e lacrimejo ao se afastar. Disfarço por medo e interesse, medo de que me desprese e interesse que fique perto sempre.
Menino bonito, jamais ouvi tão doce voz, jamais dei tão verdadeiro riso, jamais senti tamanha paz quanto a que você trasmite pelo olhar.
Menino bonito, o choro mais doloroso foi por sua causa e minha culpa ao ver dar teus beijos a outra, e quem sabe se eu não fosse tão covarde, seria eu a contemplada por tal prêmio, teu gosto, teu cheiro, teu jeito...
Menino bonito, peço apenas que não tente descobrir quem sou, mas apenas abra os olhos, abra o
coração e perceba quem eu sou e que tudo o que faço, falo e passo perto de você, não tem sentido ser em vão.


Com amor, Menina bonita.