quinta-feira, 15 de maio de 2008

uma curiosa história de utensílios domésticos

Certo dia, sem mais o que fazer, comprei uma balança. No rótulo dizia ‘Aprenda a lidar com a vida!’ e nas contra-indicações dizia ‘use com bom senso’! Fiquei curiosa e adquiri o tal produto, sem contar que custou um preço bem curioso: o senhor que o vendia pedia um sorriso sincero em troca da balança.
Cheguei em casa muito ansiosa, peguei logo o manual e li. As instruções diziam pra colocar do lado direito minhas alegrias e do esquerdo as tristezas. Então comecei... do lado direito coloquei minha família, meus amigos e amores. Do lado esquerdo coloquei lágrimas, raiva, rancor, ofensas, gritos, mentiras, saudades, solidão, brigas... Obviamente o lado esquerdo pesou mais do que o direito! Fiquei muito nervosa! Mexi na caixa da balança e havia um certificado de garantia onde se lia: ‘Em caso defeito, direito a troca.’
Joguei tudo de volta dentro da caixa e saí desnorteada! Cheguei ao senhor que havia me vendido, mantive a calma e expliquei o que havia acontecido! Ele me perguntou o que eu tinha colocado na balança, e enquanto contava, percebi que estava chorando. Então ele estendeu a mão me dando uma peneira. Eu lhe perguntei pra que servia aquilo e ele me respondeu: ‘Você aprendeu a usar a balança, você aprendeu a reconhecer o que te deixa triste. Agora ponha tudo nesta peneira e verá o que acontece.’
Eu o olhei e disse que não tinha dinheiro, e ele disse que minhas lágrimas já haviam pagado.
Corri pra casa com a balança e a peneira. Coloquei tudo na peneira e vi que o que passava por ela não eram meus amigos, amores ou família, e sim o que eles representam pra mim. Vi caindo num recipiente sorrisos, gargalhadas, carinho, amor incondicional, companheirismo, beijos, abraços, felicidade... vi ali minha vida.
O que eu fiz com o que ficou retido na peneira? Joguei tudo no lixo.
Só depois vi o que estava escrito no rótulo: ‘Utilize quando o lado esquerdo da balança pesar mais do que o direito.’
Saí correndo de casa, corri como nunca tinha corrido. Cheguei no local onde o vendedor ficava, ofegante procurei-o de todos os lados e não o encontrei. Já estava desistindo quando um guarda me parou e perguntou: ‘Você ta procurando o vendedor?’, eu confirmei, disse que precisava agradece-lo. Então ele me contou que o senhor havia dito que já havia feito o que tinha pra fazer e iria seguir seu rumo. Fui embora confusa, e quando já estava virando a esquina, virei e gritei: ‘Qual o nome dele?’, o guarda sorriu e disse: ‘Destino’.

terça-feira, 13 de maio de 2008

uno los dos

Com que intuito o destino cruza a vida de duas pessoas mais de uma vez?
Mistura as vidas, os sentimentos, os anseios. Confunde o mundo, o coração, os desejos.
O destino é genioso, às vezes nos leva a tomar decisões das quais iremos nos arrepender!
Qual é o mais difícil, um arrependimento sincero ou reverter à situação?
Qual é o mais conveniente, tentar ou dar ouvidos à razão?
Qual é o mais sensato, recuar ou dar chance ao coração?
É mais fácil eu te olhar e sonhar, mas quem disse que eu quero o fácil? O que vem fácil, vai fácil e eu não quero te perder.
Quero que meu coração seja sua ancora, meu corpo o teu mar, meu amor teu porto!
Que meu sorriso possa ser seu sol e meu olhar possa brilhar pra você como estrelas no céu. Que minhas lagrimas possam ser pra ti como a chuva, aquela que cai na certeza de que um arco-íris vira em seguida.
Quero que minha respiração junto ao teu corpo seja suave como o bater das asas de uma borboleta e aconchegante como uma brisa numa manhã ensolarada.
Quero que cada abraço seja como um banho quente num dia frio e que cada beijo seja como um prêmio de competição.
Quero viver com você todo e cada dia como se fosse o último.
Veja bem, não quero ser perfeita! Quero apenas ser e retribuir o que você é pra mim.